Ai de quem nos arrelie

Escrevo este post para vos falar de uma pessoa que caracteriza na perfeição uma classe social muito presente na nossa sociedade: as sopeiras. Essa pessoa é sem mais nem menos uma senhora que, todos os dias, se pode ver em minha casa das 14h e 30min até ás 18h e 30 min, de nome Maria do Céu, que cuida da limpeza e mantém a minha casa apresentável.
Esta mulher vive em Águas Santas (periferia do Porto) e possui uma pronúncia acentuada, assim como o seu marido trolha, que já participou, uma vez, numa pequena obra feita em minha casa.
Possuo um grande respeito por esta senhora, que deve ter aproximadamente 120kg e 55 anos de idade, e que já trabalha na minha casa à 15, porém, não vos posso ocultar a sua vincada personalidade, deveras intrigante.
Além do seu, socialmente não aceite, elevado tom de voz, Maria do Céu, usa estranhíssimos vocábulos, que, por vezes, não são facilmente compreensíveis. Tem o hábito de dizer "cancaro" em vez de cancro, de dizer “o” sida, de dizer “mortandela”, em vez de mortadela e “herdanças” em vez de heranças. Tem ainda o irritante hábito de acrescentar um “a” no inicio de cada verbo, dizendo “arrebentar”, “alevantar”, “amandar”, entre outros. Acentua os “ás” das palavras e não consegue conjugar a 2ª pessoa do singular dos verbos dizendo frases como: “Ò Ána, já comestes o comer?”
Outra coisa que também a caracteriza é o seu alto e maçador assobio, acompanhando o compasso das músicas de Emanuel, que houve no seu rádio de marca “watson”, que muda, apenas, entre duas estações: Rádio Romântica e Rádio Festival.
Criatura estranha, anh?